sábado, 30 de abril de 2011

Tijuca e os esportes

Em comemoração aos 100 anos da Praça Saenz Peña, resolvi iniciar um trabalho que fazia anos atrás como bolsista na época de faculdade e tenho, há alguns meses atrás, trabalhado novamente em cima dela. Chama-se "Mapeamento das intalações esportivas da cidade do Rio de Janeiro". É um projeto inovador, importante e, acima de tudo, árduo.

A prefeitura do Rio de Janeiro, através do Instituto Pereira Passos, já fez um mapeamento esportivo. Porém, a crítica que faço a tal trabalho é que eles apenas quantificam cada bairro com os locais para a prática esportiva. Embora eu saiba a importância e necessidade de um levantamento com esse, ela não o relaciona com a população da região e nem avalia suas condições, assim como exclui equipamentos de lazer como mesas de xadrez e dama. 

Neste meu trabalho, além de quantificar, eu amplio o leque de atividades dando espaço para equipamentos esportivos e de LAZER. Além disso, eu os classifico por Tipologia. São elas:

1) Quadras cobertas: instalações cobertas, com marcações de futsal, basquete, voleibol e/ou handebol e destinados à sua prática.
2) Quadras descobertas: instalações descobertas, com marcações de futsal, basquete, voleibol e/ou handebol e destinados à sua prática.
3) Campos: instalações descobertas, em terreno como gramado e terra batida, que se destinam à prática de Futebol, Rugby, Hóquei em Campo, Beisebol etc.
4) Especiais: instalações ou espaços que não se encaixam em nenhum outra classificação acima como, por exemplo, Pista de skate, ciclovia, pista de atletismo, etc.

Além disso, eu avalio as condições dessas instalações para o uso da população nas seguintes categorias:

A) Condições das marcações;
B) Acesso a portadores de necessidades especiais (PPNE);
C) Iluminação;
D) Condições do piso;
E) Tipo de piso;
F) Presença de banheiros.

Os espaços visitados são todos públicos.

As referências para delimitar o bairro foi utilizado do site da prefeitura http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/.

Bairro com pouco mais de 8000 habitantes numa área em torno de 3200 ha (Fonte: Armazém de Dados), a Tijuca apresenta pouquíssimos espaços públicos de acesso gratuito para a prática esportiva e de exercícios físicos, direcionando o público tijucano a pagar para tal direito em academias, clubes etc.

A única quadra disponível, por exemplo, é de adminsitração do Shopping Tijuca, ficando restrita aos alunos das escolinhas que ali frequentam e ficando trancada nos outros horários. Cruel, não?

Além disso, a ausência de espaços públicos de qualidade, com uma urbanização pensada e planejada, deve-se em parte, ao meu ver, num direcionamento dos órgãos públicos para a especulação imobiliária, eliminando paulatinamente áreas de lazer e esportivas. Isso fere, inclusive, a Constituição Federal que garante à população o acesso ao lazer.

Perceba a enorme ausência de espaços para a prática coletiva de esportes como futebol, basquete etc. Na Tijuca, não há tais locais, mesmo tendo um quantitativo considerável populacional.

É válido destacar que a presente pesquisa ainda não foi finalizada devido a grandeza da mesma. Vejamos, portanto, os resultado obtidos até o presente momento:


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Slackline nas aulas de Educação Física

Uma modalidade nova que tem conquistando cada vez mais praticantes no Rio de Janeiro é o Slackline ou Corda Bamba.

Pela cidade, é possível ver esta atividade pelas praias pendurandas em seus coqueiros, em áreas como parques e áreas de lazer. Basta haver uma área livre com duas hastes fixas e firmes próximas.

O Slackline consiste em uma corda de 25mm de largura presa em duas hastes firmes e rígidas. O praticante busca subir e se equilibrar na corda, se movimentando e fazendo manobras que priorizam a concentração, equilíbrio e resistência.

Por ser uma atividade corporal nova e contemporânea, é possível trazê-la para dentro das aulas de Educação Física. Os alunos se motivam em praticar algo novo e inesperado dentro dos muros de uma escola, ainda enraigado por um conteúdo conservador  e tradicional.

E foi isso que aconteceu quando levei a corda para a minha escola. Apresentei a modalidade para o 4o e 5o ano do Ensino Fundamental. De uma forma geral, a aula foi um sucesso, porém vale a pena dar dicas e levantar algumas questões e impecilhos. Até porque, não se encontra artigos, estudos, monografias, crônicas etc que abordam a Educação Física e o Slackline. Vale, portanto, deixar minhas contribuições.

Passo a passo:
1) Primeiramente, expliquei do que se tratava o material e contextualizei com eles, fazendo menção às praias cariocas e perguntando se já haviam visto ou praticado tal modalidade.

2) Abordei a importância da normas de segurança. Lembrei que toda atividade física existe riscos de quedas, lesões etc. E cabe ao praticante, tomar as devidas precauções.

3) Expliquei como deveria ser a posição dos pés, joelhos, troncos e olhos:
3.1 - Pés: Ao longo da corda, dando passos um após o outro. Nunca colocando os pés perpendiculares à corda, pois teria menos superfície de contato.
3.2 - Joelhos: Retos ou semi-flexionados.
3.3 - Tronco: Ereto, não permitindo que o centro da gravidade abaixasse.
3.4 - Olhos: Fixar sua visão num ponto fixo a sua frente.

3) Formei duplas, sendo um para subir na corda e outro faria a segurança. Pedi para que todos tirassem os tênis e as meias.

4) Formei uma coluna de um lado da corda com quem iria subir e outra coluna com quem iria fazer a segurança do outro lado da corda.

5) A segurança era feita da seguinte maneira:
5.1 - O praticante seguraria no ombro do "segurança". Este, por sua vez, não seguraria o praticante. Apenas acompanharia-o pela corda ao seu lado.
5.2 - Eu sempre iria do outro lado. Apenas olhando a execução do movimento e ajudaria quando preciso.

6) Após percorrer a corda, a dupla voltaria para o final da fila. Só que trocariam as posições, o "segurança" subirá na corda e o praticante virará o "segurança".

Problemas a serem enfrentados e debatidos:
Algumas turmas minhas possuem mais de 30 alunos. Assim, formei em torno de 15 duplas. Sabendo que é uma atividade lenta e o andar pela corda requer atenção, concentração e paciência, o que fazer com as outras 14 duplas que aguardam na fila???

Essa é a grande dificuldade de uma aula como esta. Todo o professor sabe a dificuldade que é deixar os alunos atentos e quietos por muito tempo. Além disso, após uma aula de 50 minutos, por exemplo, pode ser que cada aluno tenha andando na corda apenas 1 ou 2 vezes apenas! Não parece tão proveitoso assim, né?

Soluções (?)
Coloco a palavra "solução" acompanhada de uma interrogação, pois obviamente não pretendo dar respostas prontas e fechadas. Cada professor sabe das suas necessidades e peculiaridades. Eu busquei minhas soluções. Então, cada um que busque a sua, correto?

1) Usei a corda para outros fins: trabalhei saltos e rastejos com os alunos. Ora afrouxava a corda, ora tensionava e subia a sua altura. Variava colocando colchões para os alunos caírem e etc.

2) Usei a corda para fazer jogo de arremessos, fixando alvos (garrafas pet, bolas etc) em cima da corda tencionada ou arremessando bolas por debaixo da corda e buscando acertar alvos do outro lado da quadra. Depois, pedi que arremessassem por cima da corda também.

3) Criei circuito com vários obstáculos (plintos, colchões, cones, bambolês, trave de equilíbiro e, por último, a corda bamba.

Enfim, espero ter colaborado com outros professores de educação física. Pontuei problemas que envolvem a temática e apresentei soluções.

Acredito na Educação Física atenta às novas tendências e modalidades contemporâneas e urbanas. Vale a pena tentar! Os alunos no final sempre aprovam pedindo "Quero Mais!".