segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval popular e sem barreiras

É uma festa popular inacreditável, que não tem como narrar em palavras o que ela significa. Mas, enfim, tentarei fazer a minha parte...

Apareci na Praça XV, domingo de manhã, para acompanhar o Bloco "Cordão do Boitatá", só que quando cheguei lá o bloco já tinha praticamente terminado. Meu tamborim nervoso e eu ficamos decepcionados. Só que uma maigo meu que foi comigo disse que sairia logo depois um outro bloco chamado "Cordão do Boi Tolo". 

Fiquei para acompanhar. O referido bloco comecou muito forte e intenso, pelas vielas do centro: Rua do Mercado, Ouvidor, Travessa Tocantins etc. Logo na primeira curva já estava inserido na bateria, com aqueles isntrumentos de sopro que ecoam a melodia por mais tempo e alcança mais longe os ouvidos dos foliões. Fui até o final e fiquei impressionado com a força daquele bloco até então desconhecido por mim e por muitos outros. 
Ao chegar em casa, soube pela imprensa que aquele bloco começou com pessoas que não se conheciam e que foram para assistir o Boitatá e chegaram lá e não viram o bloco passar, pois foram no horário errado. 

O engraçado é que aconteceu o mesmo comigo, porém tive o prazer de encontrar o Boi Tolo que defende as características originais dos blocos cariocas, sem bahianização, sem cordas, onde o músico está no mesmo patamar do folião, sem trajeto definido, sem carros de som, sema abadás etc... Sem a mercantilização do carnaval que tá tomando conta desta festa popular. O Boi Tolo não pode se render à prefeitura e continuar saindo sem qualquer permissão dos órgãos públicos, não por querer subverter as regras, (até que quer  sim...), mas por ser uma força contra ao que existe hoje. Afinal, temos que ver empresa de cerveja dominar e ficarmos quietos? Não foi assim que fui criado. Se algo me perturba, sigo criticando!

Parabéns ao Boi Tolo, um bloco, por que não dizer, anárquico e que leva milhares de foliões junto consigo. 

Ao chegar e casa (exausto), olhei pra camisa que vestia. A estampa dela dizia ("Recicle ideias"). Depois do dia de hoje, percebi que NADA É POR ACASO.